Da calma e do silêncio
Quando eu morder
a palavra,
por favor,
não me apressem,
quero mascar,
rasgar entre os dentes,
a pele, os ossos, o tutano
do verbo,
para assim versejar
o âmago das coisas.
Quando meu olhar
se perder no nada,
por favor,
não me despertem,
quero reter,
no adentro da íris,
a menor sombra,
do ínfimo movimento.
Quando meus pés
abrandarem na marcha,
por favor,
não me forcem.
Caminhar para quê?
Deixem-me quedar,
deixem-me quieta,
na aparente inércia.
Nem todo viandante
anda estradas,
há mundos submersos,
que só o silêncio
da poesia penetra.
Conceição Evaristo
Imagem: Markus Schinwald
Oi, Érika, maravilhoso poema, amiga, gostei muito! Tão certo!!!
ResponderExcluirBeijo, um bom fim de semana!
"Nem todo viandante
anda estradas,
há mundos submersos,
que só o silêncio
da poesia penetra."
Oi, Erika, tudo bem com você?
ResponderExcluirNão conheço essa poetisa, mas deu para perceber que ela escreve muito profundamente.
Há atitudes, gestos, contextos, que só a poesia conhece.
BOAS FESTAS E EXCELENTE ANO NOVO!
Beijos e dais bem felizes.
Un poema muy bello con una gran fuerza que acompañaste con una imagen que me parece impactante.
ResponderExcluirSaludos.
Gostei muito Érika... bom gosto na escolha.
ResponderExcluirAo tempo que não aparece nos meus espaços!!
Apareça e leia os votos que formulei, também para si.
Ótimas férias, em dias de paz e contentamento. Beijo.
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Que beleza de escolha e poema,Érika! Gostei muito! Desejo pra ti e teus um lindo e bem abençoado NATAL e tuuuuuuuudo de bom em 2020! bjs, chica
ResponderExcluirGOSTEI DAS SUAS VSITAS, ÉRIKA.
ResponderExcluirDESEJO UM FELIZ NATAL COM PAZ E MUITO AMOR.
BEIJO,
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Maravilhoso este poema!... Para ler, reler e saborear cada palavra!
ResponderExcluirFantástica escolha, Erika!
Beijinhos
Ana