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quinta-feira, 1 de novembro de 2018

As línguas do Mundo

Não se sabe precisamente quantos idiomas vivos existem no mundo, mas acredita-se que o número seja superior a 5000. Cada idioma é único, no sentido de que possui seu próprio sistema de sons, palavras e estruturas; ainda assim, cada um deles está relacionado, de maneira próxima ou distante, a outros idiomas encontrados na mesma parte do mundo. Dessa forma, inglês, francês, ibo e ioruba são idiomas diferentes, mas inglês e francês compartilham muitas características linguísticas entre si e com outros idiomas europeus, enquanto ibo e ioruba têm mais características comuns entre si e com outros idiomas africanos.

Os idiomas são tão diferentes uns dos outros quanto indivíduos, mas, assim como as pessoas, podem ser classificados em famílias.

Famílias de idiomas

Diagramas em árvore (como o apresentado nas páginas seguintes, ilustrando os ramos principais dos idiomas indo-europeus) são utilizados por filólogos para mostrar as relações que se acredita haver entre famílias de idiomas. Todos eles derivam, até certo ponto, do trabalho de estudiosos como o inglês Sir Willian Jones (1764-94) que, em 1786, descreveu a relação que existe- particularmente na área de vocabulário- entre latim e grego, idiomas germânicos, hindi e persa.

No séc. XIX, ocorreram duas outras evoluções: provas fonológicas e sintáticas foram usadas não só para consolidar relações já evidenciadas pela semelhança de vocabulário, mas também estabelecer outras famílias. O filólogo e folclorista alemão Jacob Grimm (1785-1863) - também famoso por sua  coletânea de contos folclóricos, realizada com seu irmão Wilhelm Carl - formulou uma lei que, com certas modificações propostas pelo linguista  dinamarquês Karl Verner (1846-96), dava uma explicação sistemática das diferenças de som entre os idiomas indo-europeus correlacionados.

A outra evolução do estudo hstórico dos idiomas foi o reconhecimento de outros grupos de idiomas. Hoje, além da família indo-européia, outras grandes famílias são reconhecidas, como a altaica ( mongol e turco, por exemplo), ameríndia ( idiomas indígenas norte-americanos, como chinok e nootka), banto (idiomas africanos subsaarianos,como hazari e zulu), dravídica (idiomas do centro-sul da Índia e do Sri Lanka como tâmil e télugo), indo-chinesa ( chinês e tibetano, por exemplo) e camito-semítica ( idiomas falados na África do Norte e sudoeste da Ásia, como árabe e hebraico).

Tipos de idiomas

Outras abordagens em relação à ligação  entreo os idiomas também foram utilizadas. O filólogo Wilhelm von Humbolt (1767-1835), seguid por August Schleicher (1821-1868), ajudou a estabelecer uma ramificação do estudo dos idiomas, conhecidas como linguistica tipológica, que classifica idiomas segundo seu tipo estrutural, sendo os três grupos principais: aglutinativos, flexivos ( ou amalgamantes) e isolantes. Von Humbolt preocupava-se principalmente com a morfologia, ou seja, a estrutura e a forma das palavras.

Idiomas aglutinativos, como o turco, geralmente formam palavras através da adição de morfemas ( cada qual como um significado ou função específica) ao radical. Dessa maneira, em turco "amar" é sevmek ( amor+infinitivo) e " ser amado" é sevilmek (" amor + passiva+infinitivo).

Idiomas flexivos ou amalgamantes, como latim, têm palavras onde não há uma correspondência individual entre um morfema e um significado. A palavra equus em latim combina caso nominativo +masculino+ singular, assim como significado ("cavalo"). Nos idiomas flexivos, as palavras são flexionadas para demonstrar sua função gramatical (por exemplo, o caso normativo equus seria utilizado  onde a palavra fosse o sujeito da oração, e o caso acusativo equum onde fosse o objeto).

Em idiomas isolantes, cada palavra consiste de apenas um morfema - e as palavras não mudam sua forma -de modo que a distinção entre palavras e morfemas não é muito útil. Há pouquíssimos idiomas isolantes puros no mundo, mas o vietnamita é o melhor exemplo. Algumas línguas francas (idiomas baseados em um idioma, mas contendo elementos de outros) são, em grande parte, isolantes.

Em oposição aos idiomas isolantes, nos idiomas polissintéticos poucas palavras contêm apenas um morfema. Os idiomas polissintéticos, incluindo os idiomas  ameríndios, são caracterizados por palavras longas e complexas que expressam o significado de frases e sentenças inteiras.

Estas formas de agrupamento revelam informações úteis sobre as características dos idiomas, mas nenhum deles pertence exclusivamente a um tipo. O português por exemplo, possui características de todos os quatro tipos.

Os linguistas contemporâneos consideram outros fatores na identificação de grupos de idiomas, incluindo padrões fonológicos, como a utilização da entonação da voz para distinguir significados. O chinês por exemplo, é uma linguagem tonal. Um outro modo importante de se classificar idiomas é por ordem de palavras. Geralmente, o português tem uma ordem básica sujeito- verbo-objeto ( "Eu- comi- a maçã"), sendo um idioma SVO, como grego e suaíle. Contudo, hindi, japonês e turco, por exemplo, são basicamente SOV (" Eu - a maçã- comi). Hebraico, Maori e galês são exemplos de idiomas VSO ("Comi-eu-a maçã"). Idiomas de cada grupo (e estes não são os únicos possíveis) geralmente têm outras características sintáticas em comum.

A história do inglês

O inglês é o idioma mais difundido em todo mundo, tendo sua origem no grupo germânico de idiomas - do qual outros idiomas modernos como o alemão e holandês também descendem - mas seu vocabulário inclui uma alta proporção de palavras românicas, românicas, que são derivadas do latim e relacionadas a idiomas modernos como francês e italiano.

Antes do século V, vários idiomas célticos eram falados na Grã-Bretanha, mas os verdadeiros ancestrais do inglês começaram a ser desenvolvidos quando os celtas foram deslocados por sucessivas invasões de povos das costas ocidentais do Mar do Norte. Esses invasores falavam idiomas germÂnicos (frísio, saxão, e jútnico), que deram origem ao inglês antigo (o idioma dos anglo-saxões). Entretanto, os idiomas célticos sobreviveram no oeste e no norte, transformando-se no galês e no gaélico.



As missões cristãs do século VII  trouxeram o aprendizado e a alfabetização, que no início eram inteiramente em latim. Uma literatura em inglês antigo emergiu notadamente no reinado de Alfredo, o Grande ( 871-899 ) . Do final do século VIII até o século X, o vocabulário foi influenciado por invasores escandinavos - Vikings.

Com a conquista normanda em 1066, o inglês antigo deixou de ser o "idioma nacional". Um idioma românico - o normando- passou a ser utilizado na corte e um latim normandizado no governo, ensino e Igreja.

Durante trezentos anos o inglês antigo e o francês vagarosamente se fundiram, enquanto a separação entre o normando e o saxão tornava-se menos rígida. O idioma falado em 1400 já podia ser reconhecido como o início do inglês que conhecemos hoje.

Na Renascença, o inglês foi influenciado tanto em seu vocabulário quanto na estrutura de suas sentenças pelos modelos clássicos do latim e do grego. O inglês voltou a ser aceito como idioma nacional, sendo utilizado pelo povo e na literatura (como mostram a poesia e peças de teatro do período Tudor- notadamente as obras de Shakespeare, que representam o idioma em transição).

A introdução da imprensa na Inglaterra, por Willian Caxton no século X, trouxe mais livros em inglês, regularizando a ortografia e a pontuação. A partir do final do século XVII, o uso do inglês tornou-se mais regular e consistente e sua gramática não mudou muito desde então. A principal evolução durante os último três séculos tem sido o crescimento do vocabulário.

No século XX, avanços tecnológicos trouxeram ainda mais palavras, assim como a adaptação de palavras antigas.

O inglês no mundo

O idioma de Shakespeare era falado por cerca de cinco milhões de pessoas, a população da Grã-Bretanha, ao final o século XVI. Desde então, espalhou-se por todo o mundo a partir da colonização da América do Norte, que deu origem ao inglês americano, com algumas diferenças em vocabulário gramática e ortografia. Durante a expansão do Império Britânico nos séculos XVIII e XIX, o inglês tornou-se o idioma oficial em países como Canadá, Austrália, Índia e parte da África. Quando esses países se tornaram independentes, o inglês continuou a ser utilizado, geralmente com adaptações locais, criando novas variedades do idioma.

Estima-se em mais de 300 milhões o número de pessoas que têm o inglês como língua materna e em cerca de 1 bilhão o número de pessoas que o utilizam como segunda ou terceira língua. A emergência dos Estados Unidos como superpotência teve um papel relevante na internacionalização do inglês, atualmente o idioma mais comum em publicações técnicas.


 Fonte: Enciclopédia Compacta de Conhecimentos Gerais, Istoé Guiness, Editora Três, 1995.

6 comentários:

  1. Boa tarde, Erika,
    li com muita atenção seu texto sobre "As línguas do mundo", achei extremamente interessante, pois além de ser um tema muito pertinente é até um pouco curioso, confesso que aprendi muita coisa com a sua postagem. Obrigada, beijo!

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