As caixeiras do Divino
Em Alcântaras, no Maranhão, as mulheres têm papel essencial na festa mais tradicional do lugar, a do Divino. Elas são as caixeiras e saem na frente dos cortejos com seus instrumentos musicais de batidas ritmadas, avisando que a festa vai começar.
Uma vez por ano, algumas mulheres levantam às 4 horas da manhã, bem mais cedo do que o habitual. O motivo é a Festa do Divino Espírito Santo, tradicional na cidade, cujos festejos acontecem por quase três semanas. O culto ao Divino - representado pela pomba branca - é uma festa popular que se mantém atrelada ao calendário da Igreja Católica. Coincide com a celebração de Pentecostes, comemorado em diversas regiões do país, sempre 50 dias após a Páscoa: lembra o episódio bíblico, quando o Espírito Santo se manifestou aos apóstolos, transmitindo-lhes força e sabedoria.
O ponto de encontro das caixeiras é na praça da Matriz. Elas se acomodam atrás da fachada de pedras da Igreja de São Matias, o que resta do monumento construído em 1648, quando a cidade, localizada na baía de São Marcos, a 22 km da capital, São Luís, vivia seu tempo áureo. Ao lado do mastro de 6 m de altura, erguido um dia antes por mais de 100 homens, elas entoam ladainhas e seguram suas caixas, como quem espera a hora de a banda passar.
Considerada uma Cidade Monumento e tombada como Patrimônio Histórico em 1948, Alcântara é um dos mais antigos povoados do Nordeste, cuja fundação remonta à primeira metade do século 17. Nessa época, era a meca dos aristocratas rurais - plantadores de algodão, cana-de-açúcar e arroz - e foi um dos maiores centros de riqueza da região durante os períodos do Brasil Colônia e Império. Hoje, a cidade vive de suas ruínas, o grande atrativo turístico do local. A elegância e a riqueza vivenciadas por Alcântara em seu apogeu econômico são relembradas a cada ano na comemoração do Divino, uma das manifestações culturais mais tradicionais do Maranhão.
Em dias de festa, o município acorda ao som de tambores, com a alvorada das caixeiras. A cidade toda se mobiliza. Os rituais incluem levantamento do mastro, distribuição de donativos, novenas, procissões e teatralização da vida no império - a coroação do imperador, a visita dos mordomos, a prisão do império - e tudo finaliza com a subida do boi.
Em Alcântaras, no Maranhão, as mulheres têm papel essencial na festa mais tradicional do lugar, a do Divino. Elas são as caixeiras e saem na frente dos cortejos com seus instrumentos musicais de batidas ritmadas, avisando que a festa vai começar.
Uma vez por ano, algumas mulheres levantam às 4 horas da manhã, bem mais cedo do que o habitual. O motivo é a Festa do Divino Espírito Santo, tradicional na cidade, cujos festejos acontecem por quase três semanas. O culto ao Divino - representado pela pomba branca - é uma festa popular que se mantém atrelada ao calendário da Igreja Católica. Coincide com a celebração de Pentecostes, comemorado em diversas regiões do país, sempre 50 dias após a Páscoa: lembra o episódio bíblico, quando o Espírito Santo se manifestou aos apóstolos, transmitindo-lhes força e sabedoria.
O ponto de encontro das caixeiras é na praça da Matriz. Elas se acomodam atrás da fachada de pedras da Igreja de São Matias, o que resta do monumento construído em 1648, quando a cidade, localizada na baía de São Marcos, a 22 km da capital, São Luís, vivia seu tempo áureo. Ao lado do mastro de 6 m de altura, erguido um dia antes por mais de 100 homens, elas entoam ladainhas e seguram suas caixas, como quem espera a hora de a banda passar.
Considerada uma Cidade Monumento e tombada como Patrimônio Histórico em 1948, Alcântara é um dos mais antigos povoados do Nordeste, cuja fundação remonta à primeira metade do século 17. Nessa época, era a meca dos aristocratas rurais - plantadores de algodão, cana-de-açúcar e arroz - e foi um dos maiores centros de riqueza da região durante os períodos do Brasil Colônia e Império. Hoje, a cidade vive de suas ruínas, o grande atrativo turístico do local. A elegância e a riqueza vivenciadas por Alcântara em seu apogeu econômico são relembradas a cada ano na comemoração do Divino, uma das manifestações culturais mais tradicionais do Maranhão.
Em dias de festa, o município acorda ao som de tambores, com a alvorada das caixeiras. A cidade toda se mobiliza. Os rituais incluem levantamento do mastro, distribuição de donativos, novenas, procissões e teatralização da vida no império - a coroação do imperador, a visita dos mordomos, a prisão do império - e tudo finaliza com a subida do boi.
De acordo com Carlos Aparecido Fernandes, antropólogo e imperador do Divino em 2005, essa é uma festa que exige responsabilidades, que mostra a necessidade de conviver, dividindo tarefas, trocando conhecimentos. "O divino une a comunidade. Todos saem espiritualmente reforçados dessa missão", diz Fernandes. O imperador ou a imperatriz - cada ano é eleito um homem ou uma mulher da comunidade -- são os principais responsáveis pela realização e pelo financiamento da festa, que reconstitui a corte imperial, com mordomos régios, mordomos baixos, mestre-sala, vassalos.
Em Alcântara, a celebração permanece como herança e, durante alguns dias do ano, resgata um tempo encantado, que jamais se perdeu. Nas festas do Divino, o pequeno povoado entra em estado de graça, recupera sua glória e resgata seu esplendor.
Fotos: ANDREA D'AMATO Douglas Júnior - Daniel Ribeiro/UOL -
Revista BONS FLUIDOS - 05/2007
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário. Comentários desrespeitosos e agressivos serão apagados. FELIZ 2020!!!!!
Seja muito bem-vindo e aproveite sua visita.