EXCERTOS DO LIVRO “AS CONTRIBUIÇÕES DE PARAMAHANSA YOGANANDA À EDUCAÇÃO AMBIENTAL”
Por estar sujeito à fome e aos desejos, o ser humano é obrigado a trabalhar. Sem trabalho, qualquer sociedade seria tomada pelas doenças, pelo crime e pela fome. Se todas as pessoas abandonassem a vida social para viver nas florestas, vivendo apenas na comunhão com flores e os pássaros, as florestas acabariam tornando-se novas cidades. Yogananda lembra o exemplo da vida dos mestres da Humanidade, tal como Krishna, que viveu uma vida completamente iluminada, mesmo sendo um poderoso rei.
Disse Yogananda: “Para evitar as armadilhas dos dois extremos – a renúncia ao mundo ou a sufocação na vida material – o homem precisa treinar a mente, por meio da meditação, para poder praticar as ações necessárias e legítimas da vida cotidiana, enquanto conserva, em seu interior, a consciência de Deus (…) uma vida equilibrada de meditação e atividade, sem apego aos frutos da ação, é o exemplo que a vida de Krishna oferece.
Estar constantemente preocupado, mesmo em ambientes agradáveis, é viver no inferno; viver na ilimitada paz interior da alma, mesmo morando em um barraco miserável, é o verdadeiro paraíso. Dentro de um palácio ou debaixo de uma árvore, devemos levar sempre conosco esse céu interior”.
O unilateralismo não é atitude recomendada nem para a vida meramente espiritual, nem para uma existência puramente material. Mesmo alguém que decida viver num mosteiro, dedicando-se a um caminho espiritual específico, terá seu sustento dependente da atividade industrial ou da manufatura desenvolvida por terceiros. Além disso, para prover as necessidades mínimas, deve haver algum tipo de trabalho que garanta a aquisição do dinheiro para si ou para o seu grupo. Mesmo que viva apenas de doações, estará, implicitamente, aquiescendo a importância das atividades com objetivos materiais e a necessidade de existirem pessoas que se dediquem a elas, sem cuja colaboração não poderia subsistir no mundo.
Paramahansa Yogananda reconhece a tendência de, na Índia, as pessoas cultivarem o pensamento filosófico e a atitude contemplativa. Apesar de reconhecer uma percepção espiritual privilegiada entre os orientais, alerta quanto ao fato de muitos utilizarem seu tempo ocioso para alimentar uma indolência que resvala para a preguiça, descurando das necessidades materiais básicas.
Os ocidentais, por sua vez, optaram por um ideal civilizatório essencialmente materialista, nutrindo toda uma vida engajada em atividades voltadas para a aquisição de bens e acúmulo de riquezas. Criando novos desejos numa escala sem fim, o ocidental vê-se preso a um círculo vicioso que implica trabalhar para ganhar sempre mais um pouco a fim de alcançar um novo patamar de padrão de consumo que despertará novas possibilidades de consumo antes não vislumbradas, exigindo, para ser alcançado, mais trabalho, numa espécie de confinamento, como numa gaiola de corrida de ratos em disputa por comida.
Para dotar as vidas de ocidentais e orientais com a harmonia holística, ambos “precisam adotar um método de desenvolvimento da vida equilibrada (…) se a carência deve ser evitada, a pobreza espiritual deve ser abominada”.
Retirado do blog: http://arnobio.org/
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