O Profeta é um livro escrito em 1923 por Kalil Gilbran.
Este livro narra a história de um sábio chamado Al Mustafá, que passou 10 anos morando na Ilha de Orphalese. Durante o período que ele passou nessa ilha, ninguém parece se importar muito com o que ele tem a dizer.
Somente quando um navio vem buscá-lo de volta à sua terra natal é que as pessoas pedem que ele ensine algo de valioso, que ele deixe algo de sábio em suas vidas.
E que sabedoria ele nos traz! Cada capítulo fala de algum tema sobre o qual ele é questionado.
Os temas são os mais variados: amor, trabalho, casamento, beleza, religião, liberdade ....
Super recomendo a leitura, me encantei quando assisti a uma palestra sobre um capítulo deste livro no canal da Nova Acrópole, no Youtube. Fica mais outra dica também, rs.
Presente de um amigo, o compramos quando fomos à Bienal do Livro.
Coloquei até uma capinha de plástico pra não amassar.
Já está bem marcadinho, quem nunca escreveu quase um segundo livro de anotações nas beiras?? Quem nunca? kkk
Um trechinho aqui:
Então, Almitra disse:
‘Fala-nos do amor’
E ele ergueu a fronte e olhou para multidão, e um silêncio caiu sobre todos, e com uma voz forte, disse:
'Quando o amor vos chamar, segui-o,
Embora seus caminhos sejam agrestes e escarpados;
E quando ele vos envolver com suas asas, cedei-lhe,
Embora a espada oculta na sua plumagem possa ferir-vos;
E quando ele vos falar, acreditai nele,
Embora sua voz possa despedaçar vossos sonhos como
o vento devasta o jardim.
Pois, da mesma forma que o amor vos coroa, assim
ele vos crucifica. E da mesma forma que contribui para
vosso crescimento, trabalha para vossa poda.
E da mesma forma que alcança vossa altura e acaricia
vossos ramos mais tenros que se embalam ao sol,
Assim também desce até vossas raízes e as sacode no
seu apego à terra.
Como feixes de trigo, ele vos aperta junto ao seu coração.
Ele vos debulha para expor vossa nudez.
Ele vos peneira para libertar-vos das palhas.
Ele vos mói até a extrema brancura.
Ele vos amassa até que vos torneis maleáveis.
Então, ele vos leva ao fogo sagrado e vos transforma
no pão místico do banquete divino.
Todas essas coisas, o amor operará em vós para que
conheçais os segredos de vossos corações e, com esse
conhecimento, vos convertais no pão místico do banquete divino.
Todavia, se no vosso temor, procurardes somente a
paz do amor e o gozo do amor,
Então seria melhor para vós que cobrísseis vossa nudez
e abandonásseis a eira do amor,
Para entrar num mundo sem estações, onde rireis, mas
não todos os vossos risos, e chorareis, mas não todas as
vossas lágrimas.
O amor nada dá senão de si próprio e nada recebe
senão de si próprio.
O amor não possui, nem se deixa possuir.
Pois o amor basta-se a si mesmo.
Quando um de vós ama, que não diga: 'Deus está no
meu coração’, mas que diga antes: 'Eu estou no coração de Deus.’
E não imagineis que possais dirigir o curso do amor
pois o amor, se vos achar dignos, determinará ele próprio
o vosso curso.
O amor não tem outro desejo senão o de atingir
a sua plenitude.
Se, contudo, amardes e precisardes ter desejos, sejam
estes os vossos desejos:
De vos diluirdes no amor e serdes como um riacho
que canta sua melodia para a noite;
De conhecerdes a dor de sentir ternura demasiada;
De ficardes feridos por vossa própria compreensão do amor
E de sangrardes de boa vontade e com alegria;
De acordardes na aurora com o coração alado e agradecerdes por um novo dia de amor;
De descansardes ao meio-dia e meditardes sobre o
êxtase do amor;
De voltardes para casa à noite com gratidão;
E de adormecerdes com uma prece no coração para o
bem-amado, e nos lábios uma canção de bem-aventurança.
Khalil Gibran
Prezada Érika, ótima descrição de sua experiência. Tive uma experiência semelhante.
ResponderExcluirApenas uma ressalva, releia o primeiro parágrafo do livro O Profeta e corrija seu texto, pra ficar ainda mais top seu post. Dois pontos: 12 anos, e a ilha era a terra natal de Almustafá.
"A Chegada do Navio
Almustafa, o escolhido e bem amado, que era aurora do seu
próprio dia, esperara doze anos na cidade de Orfalés pelo navio que havia de o recolher e levar de volta à sua ilha natal. "