Sucedem-se manhãs sem par, em que o irradiar do levante incendido retinge a púrpura das eritrinas e destaca melhor, engrinaldando as umburanas de casca arroxeada, os festões multicores das bignônias. Animam-se os ares numa palpitação de asas, célebres, ruflando. - Sulcam-nos as notas de clarins estranhos. Num tumultuar de desencontrados voos passam, em bandos, as pombas bravas que remigram, e rolam as turbas turbulentas das maritacas estridentes... enquanto feliz, deslembrado de mágoas, segue o campeiro pelos arrastadores, tangendo a boiada farta e entoando a cantiga predileta...
Assim se vão os dias.
Passam-se um, dois, seis meses venturosos, derivados da exuberância da terra, até que surdamente, imperceptivelmente, num ritmo maldito, se despeguem, a pouco e pouco, e caíam, as folhas e as flores, e a seca se desenhe outra vez nas ramagens mortas das árvores decíduas...
Euclides da Cunha - Os Sertões
Que lindo aqui! beijos,ótimo domingo e semana! chica
ResponderExcluirGratas Chica.
ExcluirPara você também, um ótimo domingo e semana!
Abraços das meninas.
Euclides da Cunha já profetizava o que hoje passamos praticamente em todas as regiões do nosso Brasil. O homem destruiu a natureza. Usufruiu e não a contemplou de bens retirados.
ResponderExcluirAbraços.
Somente quando o homem conhecer a natureza ele a protegerá.
ExcluirBeijos e ótimo fim de semana!
A forma escrita em Manhãs sertanejas é de uma "para mim" invulgaridade que me faz fazer esse reparo no bom sentido, Lindo.
ResponderExcluirÁs meninas Érika e Bárbara. Um beijo.
Alberto Santos.
É verdade, Sr. Alberto.
ExcluirEuclides da Cunha, em seu livro, descreve muito bem as características do meio sertanejo.
Abraços das meninas.