Esta região que fica em território peruano, entre Machu Picchu e Cuzco, ganhou das antigas civilizações a qualificação de próspera. A terra era fértil - e ainda é - e, de acordo com a crença de seu povo, a presença dos deuses é grande.
Em Ollantaytambo, as ruínas estão encravadas nas montanhas.
Olhar para o céu e enxergar a Terra. Estar na Terra e se sentir no céu. Os incas acreditavam que tudo o que fosse sagrado sobre a Terra possuía um reflexo no céu. Os encantos dessa antiga civilização vão além dos mitos e mistérios de Machu Pichu, no Peru, e se estendem pelos numerosos povoados que se espalham por mais de 100 km entre Cuzco e a cidade perdida.
A área, denominada Vale Sagrado, é uma região de grande riqueza e paisagística, onde as ruínas e os santuários testemunham uma ocupação milenar. A simetria do vale revelava, de acordo com a crença antiga, que o local era o espelho da Via Láctea, encarregado de gerar a fertilidade e a abundância por estas terras.
De fato, até hoje se trata do solo mais rico do Peru - as qualidades geográficas e climáticas ajudam - e onde se produz o melhor grão de milho no país. E, assim como no passado, em comunidades agrícolas, como Ollantaytambo, Pisac e Chinchero, acredita-se que as forças interferem e muito na vida diária.
Uma indígena do vilarejo de Huilloc nas ruínas de Ollantaytambo. Atrás o Vale Sagrado e sua magia natural.
As gêmeas com espigas secas do milho branco.
Em Chinchero, uma das atrações são as construções católicas, que marcam a presença espanhola na região.
No vilarejo de Pisac, um passeio interessante é sair e observar as plataformas de cultivo desenvolvidas pelos incas.
A bandeira inca é um ícone da região.Foto: Raul García/EFE
A bandeira inca é um ícone da região.Foto: Raul García/EFE
A Festa do Sol, ou Inti Raymi, celebrada no dia 24 de junho
A área comandada pelo império foi extensa: eles habitavam a região atualmente ocupada por Equador. Peru, norte do Chile, oeste da Bolívia e noroeste da Argentina. Mais de 10 milhões de índios haviam se fundido nessa unidade política e cultural, que durou cerca de 300 anos, desde 1200 até a invasão dos espanhóis, em 1533.
O mais interessante é que, ainda nos dias atuais, nesses vilarejos os descendentes dos povos andinos convivem em um mundo à parte da rotina das cidades: vivem da agricultura e, nas feiras populares, é muito comum o escambo (a troa de mercadoria). Detalhe: são sempre cordiais e falam o quíchua, a mesma língua com que os incas se comunicavam.
Rua de Ollantaytambo
Povoado de Chinchero
Feira de artesanato na frente do complexo de Ollantaytambo
Agricultores
Andar pelas ruas desses pequenos povoados é também vivenciar uma experiência cósmica e sentir o Universo como ciclo contínuo. A sensação é a de que não existe mesmo limite entre o céu e a Terra.
Revista BONS FLUIDOS - 06/2007
Excelente reportagem! Conhecimento valioso!
ResponderExcluirAbraço, Célia.
Obrigada, Célia!
ExcluirBeijos e tudo de bom.