Com uma trajetória marcada historicamente pelo preconceito, os ciganos conseguem despertar sentimentos dúbios
Comum em todas as denominações, tanto a Calon, quanto a Rom, originária do leste europeu, o desprezo acompanha essas populações desde que foram expulsas da Europa, por atrapalharem o projeto de modernidade, entre os séculos XV e XVIII, marcado pelo culto exacerbado ao progresso científico.
Respeito aos mais velhos, casamentos familiares e supremacia do homem frente à mulher são elementos dessa cultura que possui códigos éticos próprios. Ainda são chamados de bruxos ou malfeitores por onde passam. No Nordeste, os Estados da Bahia, Piauí, Pernambuco, Paraíba e Ceará concentram algumas comunidades do grupo dos Calon, primeiro a chegar ao Brasil, após ser expulso de Portugal. Muitos não têm sequer registro civil, impedindo o acesso à educação e à saúde. Dentre as minorias étnicas no Brasil, são as menos favorecidas.
Diferentemente de como são apresentados na moda, em festas representadas pela exuberância das cores, sensualidade das danças e da música, os ciganos, na vida real, são bem diferentes. E foi essa realidade que pudemos constatar ao entrar no universo de um povo marcado pelo preconceito, daí a desconfiança. Mas quando percebem que o visitante tem uma outra visão sobre eles, abrem as suas tendas e falam de suas necessidades e anseios. E entre xícaras e mais xícaras de café, revelam mais sobre a sua cultura.
Para alguns, não passam de trapaceiros, espertalhões, gente perigosa; enquanto, para outros, são portadores de um saber sobrenatural, principalmente as mulheres. A maior parte delas dedica-se à quiromancia, adivinhação pelas linhas da palma das mãos. Enquanto os homens são exímios comerciantes. Mas, quem são essas pessoas? São vítimas de um preconceito "globalizado". No mundo todo a rejeição acompanha esses povos ao longo da história.
Na Idade Média, eram queimados em fogueiras; sentiram na pele os horrores da perseguição de Hitler junto com os judeus. Em pleno século XXI, são cidadãos indesejáveis na Europa. Portadores de uma história que ninguém sabe ao certo onde começou, possuem linguagens próprias, uma cultura que mistura traços de povos de diversos países e continentes, marcada pela oralidade.
São escassos os registros ou documentos oficiais sobre esses povos. Eles próprios constituem registros vivos dessa história, pontuada por perseguições. No Brasil, existem poucas obras escritas sobre eles. Um dos documentos mais antigos (1574) trata da chegada de João Torres, com sua família, como degredado. Sabe-se que chegaram aqui à época do descobrimento e que ocuparam o litoral nordestino.
São escassos os registros ou documentos oficiais sobre esses povos. Eles próprios constituem registros vivos dessa história, pontuada por perseguições. No Brasil, existem poucas obras escritas sobre eles. Um dos documentos mais antigos (1574) trata da chegada de João Torres, com sua família, como degredado. Sabe-se que chegaram aqui à época do descobrimento e que ocuparam o litoral nordestino.
Comum em todas as denominações, tanto a Calon, quanto a Rom, originária do leste europeu, o desprezo acompanha essas populações desde que foram expulsas da Europa, por atrapalharem o projeto de modernidade, entre os séculos XV e XVIII, marcado pelo culto exacerbado ao progresso científico.
Respeito aos mais velhos, casamentos familiares e supremacia do homem frente à mulher são elementos dessa cultura que possui códigos éticos próprios. Ainda são chamados de bruxos ou malfeitores por onde passam. No Nordeste, os Estados da Bahia, Piauí, Pernambuco, Paraíba e Ceará concentram algumas comunidades do grupo dos Calon, primeiro a chegar ao Brasil, após ser expulso de Portugal. Muitos não têm sequer registro civil, impedindo o acesso à educação e à saúde. Dentre as minorias étnicas no Brasil, são as menos favorecidas.
Leia também:
A pátria do povo cigano é a própria alma deles"
Origem remonta há mais de mil anos, na Índia
Autoria das imagens: Quadros de Maria do Carmo.
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