Fachada o MuBE (Museu Brasileiro da Escultura) (1955), em São Paulo, projeto de Paulo Mendes da Rocha.
Obras de diversos arquitetos que documentaram a arquitetura contemporânea do país encontra-se atualmente espalhadas por todo o Brasil. São construções com belas e arrojadas formas que os artistas puderam criar quando descobriram as muitas possibilidades oferecidas pelos materiais de construção mais recentes.
Para tratar da Arquitetura brasileira contemporânea não se pode considerar os últimos vinte ou trinta anos, é preciso buscar mais longe no tempo a atuação de alguns arquitetos. Com suas pesquisas e seus projetos inovadores, esses arquitetos colaboraram de modo fundamental para a evolução, em nosso país, da arte de construir espaços significativos para as pessoas que vivem ou visitam as cidades onde esses espaços possam existir.
Para tratar da Arquitetura brasileira contemporânea não se pode considerar os últimos vinte ou trinta anos, é preciso buscar mais longe no tempo a atuação de alguns arquitetos. Com suas pesquisas e seus projetos inovadores, esses arquitetos colaboraram de modo fundamental para a evolução, em nosso país, da arte de construir espaços significativos para as pessoas que vivem ou visitam as cidades onde esses espaços possam existir.
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM)
Este museu foi projetado por Eduardo Reidy 1909-1964), um arquiteto que conheceu as ideias de Le Corbusier e trabalhou com Oscar Niemeyer e Lúcio Costa no projeto do Ministério da Educação e da Saúde, em fins da década de 1930. No projeto do MAM, destaca-se dois aspectos: o primeiro é a composição em linhas retas do edifício em oposição às linhas sinuosas dos morros cariocas que compõem a paisagem. Outro aspecto são as fachadas envidraçadas que permitem uma integração dos espaços internos com os espaços externos criados pelo paisagista Burle Max.
O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro foi fundado em 1948, mas na nova sede projetada em 1954 por Afonso Eduardo Reidy foi construída uma história em momentos decisivos para a arte brasileira, como os cursos de Ivan Serpa e as exposições de obras de artistas brasileiros bastantes inovadores, como Lygia Clark, Ives Machado, Leonilson, Tunga, Victor Arruda.
Em 2002, dois eventos manifestaram a tendência desse espaço cultural: a I Mostra Rio de Arte Contemporânea e a exposição Arquipélagos - Universo plural do Museu de Arte Moderna, onde foram expostos obras de arte, documentos, cartazes, plantas arquitetônicas e vídeos que fazem parte das coleções do museu.
O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro foi fundado em 1948, mas na nova sede projetada em 1954 por Afonso Eduardo Reidy foi construída uma história em momentos decisivos para a arte brasileira, como os cursos de Ivan Serpa e as exposições de obras de artistas brasileiros bastantes inovadores, como Lygia Clark, Ives Machado, Leonilson, Tunga, Victor Arruda.
Em 2002, dois eventos manifestaram a tendência desse espaço cultural: a I Mostra Rio de Arte Contemporânea e a exposição Arquipélagos - Universo plural do Museu de Arte Moderna, onde foram expostos obras de arte, documentos, cartazes, plantas arquitetônicas e vídeos que fazem parte das coleções do museu.
Colunas do Museu, projeto de Afonso Eduardo Reidy
Museu de Arte de São Paulo (Masp)
Museu de Arte de São Paulo (Masp)
A primeira sede do Museu, inaugurado em 1947 pelo jornalista Assis Chateaubriand e pelo crítico de arte italiano Pietro Maria Bardi, ficava no centro da cidade de São Paulo. Atualmente o Masp, como o conhecemos, está situado na Avenida Paulista compondo aí um verdadeiro cartão-postal da cidade.
O projeto do museu é de Lima Bo Bardi (1914-1992), arquiteta italiana e esposa do professor Pietro Maria Bardi. O que se destaca nesse projeto, construído entre 1956 e 1968, é o fato de o corpo, principal do edifício ser sustentado por duas vigas invertidas que se estendem acima desse corpo principal e se apoiam em quatro pilares. Com esse recurso construtivo, a arquitetura conseguiu criar, abaixo do corpo principal do edifício, um vão livre de 74 metros que deu origem a um espaço amplo com vista de parte da cidade e por onde as pessoas podem transitar livremente, como em uma praça. A importância do acervo de obras de arte preservadas nesse museu é conhecida nacional e internacionalmente.
Fachada principal do Museu de Arte de São Paulo (Masp)
Hotel Tambaú
O hotel localizado na cidade de João Pessoa, foi construído em 1966, conforme o projeto de Sérgio Bernardes (1919-2002). O que mais chama a atenção nessa construção é sua forma arredondada, lembrando uma nave espacial pousada na areia da praia do litoral paraibano.
Podemos considerar estranha essa forma para um hotel. Entretanto, se por um lado verificamos que ela torna possível uma vista ampla para o mar, por outro é preciso levar em conta que Sérgio Bernardes foi um arquiteto bastante inovador. Dono de uma visão pouco comum na arte de criar espaços - considerado até excêntrico -, dedicou-se à pesquisa da utilização da tecnologia pela arquitetura e do emprego de materiais tradicionais - tijolo, pedra, madeira - associados a leves estruturas metálicas.
Vista aérea do hotel, em João Pessoa, Paraíba
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo
A Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo foi criada em 1948 e teve por origem um antigo curso de engenheiro-arquiteto da Escola Politécnica, também da Universidade de São Paulo. Desde 1969, essa faculdade está instalada em um edifício na Cidade Universitária projetado pelo arquiteto João Batista Vilanova Artigas (1915-1985).
Um dos aspectos mais interessantes desse edifício é o grande espaço livre, conhecido como Salão Caramelo . Em torno desse espaço ficam as salas de aula e pesquisa, laboratórios, biblioteca e locais destinados à convivência de estudantes. Essa obra recebeu o reconhecimento nacional e internacional com o prêmio da União Internacional dos Arquitetos (UIA), EM 1985.
Ao longo de sua carreira profissional, Artigas teve contato com obras de prestigiados arquitetos internacionais - como Frank Lloyd Wright - e recebeu bolsa de estudo da Fundação Guggenheim para estudar arquitetura. A obra desse arquiteto foi importante porque influenciou significativamente o desenvolvimento da arquitetura brasileira.
Vista interna da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
da Universidade de São Paulo (FAU-USP)
Fórum de Teresina
Este edifício projetado por Acácio Gil Borsoi em 1972, é uma das muitas criações deste arquiteto carioca com destacada atuação no Nordeste. Borsoi dedica-se a projetar residências, edifícios públicos e comerciais e também à restauração de edifícios históricos. Na 6ª Bienal de Arquitetura, realizada em 2005, em São Paulo, mereceu uma sala especial onde estavam expostos 38 projetos, entre eles o Palácio da Justiça (1972) e a Assembléia Legislativa do Piauí (19840).
Em uma entrevista ao portal Arcoweb, mantido pala Arco Editorial, que edita a revista Projeto Design, ao ser perguntado por que sempre menciona entre suas obras fundamentais o fórum de Teresina e o conjunto administrativo de Uberlândia, o arquiteto respondeu: "O fórum representou não só uma racionalização da obra, mas também uma ligação entre a atitude criativa, de expressão, e o produto final que é a construção. A edificação foi toda armada com meia dúzia de peças; trata-se de um processo antecipado de pré-fabricação. Todos os projetos que fizemos depois evoluíram desse. Em Uberlândia, utilizamos o pré-fabricado, com vigas e painéis moldados fora e armados no local".
Vista externa do Fórum de Teresina, Piauí (1972)
Ópera de Arame
O teatro, projetado pelo arquiteto Domingos Bongestabs (1941) e inaugurado em 1922, tornou-se um dos cartões-postais de Curitiba. É um edifício interessante não apenas pela elegância e aspecto de leveza de suas linhas, mas também pelo amplo espaço interno, destinado a 2.400 pessoas, e pela integração com o espaço externo, com um lago e uma densa área verde, antes ocupado por uma antiga pedreira. A aparência de leveza e a integração entre o espaço interno e o externo são garantidas pela estrutura metálica tubular associada ao vidro, materiais empregados de modo bastante original na arquitetura brasileira.
Além dos aspectos construtivos particulares desse edifício, é importante destacar que essa obra deu um significado cultural valioso a um espaço que anteriormente teve uma destinação muito diferente, pois era uma pedreira. Esse é um dos desafios da arquitetura contemporânea: transformar, redefinir espaços urbanos e dar a eles novas ocupações e com isso fazer os cidadãos sentirem-se bem e orgulhosos da cidade em que habitam.
Teatro Ópera de Arame (1992), em Curitiba-PR.
Aldeias Infantis SOS Amazonas
O sistema Aldeia Infantis SOS Brasil existe em muitas cidades brasileiras, onde desenvolve programas educativos e cursos de geração de renda para mães com objetivo de fortalecer as famílias e proteger as crianças em situação de risco.
O projeto de Aldeias Infantis SOS Amazonas, do Arquiteto Severiano Porto (1930), foi inaugurado em 1997. No conjunto de casas podem ser observadas algumas características significativas da obra desse arquiteto.
Como Severiano Porto é um conhecedor da Amazônia, das condições climáticas e da cultura local, seu projeto respeita as particularidades dessa região. Há preocupações com a ventilação dos espaços e a utilização de recursos locais, como comentam as arquitetas Mirian Keiko Ito Rovo e Beatriz Santos Oliveira:
"Desde sua chegada à capital do Amazonas, Severiano Porto se conscientizou dos problemas do crescimento urbano e do seu impacto no meio ambiente e na cultura do homem local. Notou que a riqueza dos recursos disponíveis na região, tais como as soluções construtivas adotadas pela arquitetura autóctone e a potencialidade da mão-de-obra com sua habilidade no manejo da madeira, eram desvalorizadas em favor de outras vindas de culturas distantes em nada compatíveis com o lugar. Com olhar critico e sensível, Severiano Porto retoma os princípios da arquitetura amazônica autóctone, resgata as técnicas construtivas e tipologias tradicionais fundindo-as sutilmente ao repertório moderno. Essa atitude de abertura ao lugar resulta em uma arquitetura contextualizada, coerente com o meio físico e cultural em que se insere".
Imagem do projeto Aldeias Infantis SOS Amazonas.
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/04.047/594
Pinacoteca do Estado de São Paulo
O edifício onde atualmente está instalada a Pinacoteca do Estado de São Paulo foi projetado por Ramos de Azevedo, em 1897, como sede do Liceu de Artes e Ofícios. Esse liceu formava técnicos e artesãos e era uma escola muito importante para a cidade, que se renovava e precisava de trabalhadores especializados.
Ao longo dos anos, além do Liceu, esse edifício abrigou outra instituições. Entre os anos de 1993 e 1998, passou por uma grande reforma projetada pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha, constituindo-se num museu que reúne obras de Almeida Júnior, Cândido Portinari, Anita Malfatti, Vítor Brecheret, Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti, entre outros. Além disso, a Pinacoteca é sede de importantes exposições, como a de 1995, que apresentou obras do escultor Rodin e atraiu um número extraordinário de pessoas, tornando-se um marco na história das exposições internacionais de São Paulo.
Vista aérea da Pinacoteca do Estado de São Paulo, depois da reforma.
Estação das Docas
Esse edifício situado em Belém, capital do Pará, é o emblema de uma tendência muito forte na arquitetura contemporânea: a de promover uma nova ocupação de antigos espaços urbanos. No início do século XX, a Estação das Docas eram três galpões portuários; a partir de 2000, conforme o projeto de transformação dos arquitetos Paulo Chaves Fernandes (1946) e de Rosário Lima (1962), a cidade ganhou um centro cultural e comercial.
A Estação das Docas, que abriga galerias comerciais, um pequeno museu do porto, restaurantes, um auditório para 450 pessoas e um salão para exposições, livrou-se do abandono para se transformar em um espaço de convivência e desenvolvimento cultural confortável para seus frequentadores.
Calçadão da Estação das Docas, com os guindastes ingleses antigos, em Belém do Pará.
Ponte JK em Brasília
A cidade de Brasília foi planejada para 500 mil habitantes. Atualmente, mais de 2 milhões de pessoas vivem na capital federal. Devido ao crescimento populacional no Setor Habitacional Individual Sul e das cidades de Paranoá e São Sebastião, foi construída uma ponte para unir essas áreas localizadas ao sul do lago Paranoá ao Plano Piloto.
Para obter a função escultória da ponte, o arquiteto Alexandre Chan abandonou a ideia corriqueira de construir vãos simples e curtos apoiados em pilares. Optou vãos amplos e escolheu o arco como a forma de cruzá-los. Esta forma respondia não apenas à monumentalidade exigida para a ponte, como também vinha ao encontro de tantas outras construções de Brasília, em que curvas e arcos exercem um papel estético e identificador da arquitetura da cidade.
A opção do arquiteto foi pelo posicionamento do arco em seu uso menos comum: sobre tabuleiro e posicionado diagonalmente a ele. Da mesma forma, os cabos de aço (estais) que seguram o tabuleiro foram concebidos como raios de uma roda de bicicleta, também uma forma pouco comum de usá-los.
Além disso, os arcos foram repetidos três vezes, mas a posição deles foi trocada no início e no fim, o que concedeu dinamismo ao conjunto, pois aparentemente eles pulam sobre o tabuleiro, dando, a quem percorre a ponte, a impressão de que atravessa um túnel aberto.
Para quem a observa de fora, na concepção de seu autor, os arcos sugerem o movimento de uma pedrinha quicando as "águas calmas de um lago ou o pulo sequenciado sobre as pedras de um riacho".
Graças à concepção dos arcos, o arquiteto pôde não apenas aumentar o vão entre os pontos de sustentação, que são de 240 metros, como também aproximar o tabuleiro da superfície do lago. Dessa forma apenas 18 metros de altura, a impressão que o espectador tem ao atravessar a ponte é de que o tabuleiro é quase rasante ao espelho-d'água do lago Paranoá.
Em 2003, na Conferencia Internacional de Pontes, realizada em Pittsburgh, nos Estados Unidos, o projeto do Arquiteto Alexandre Chan recebeu a Medalha Gustav Lindhental, por ser considerada "a mais bela ponte do mundo de 2002". O projeto recebeu também o Prêmio ABCEM 2003 (Associação Brasileira da Construção Metálica) - Melhores Obras com Aço do Ano, na categoria Pontes e Viadutos.
Ponte JK, em brasília, sobre o lago Paranoá.
Transformar, reocupar, dar novos significados culturais para antigas construções talvez seja o maior desafio para nossos arquitetos, porque somos herdeiros de um rico patrimônio arquitetônico que vem se acumulando desde o inicio da colonização do nosso país. É um desperdício deixar que tudo isso se deteriore e se perca, traduzindo-se num empobrecimento da nossa cultura.
Fonte: PROENÇA, Graça. História da Arte. São Paulo, 2009. Editora Ática.
uau!!! é só por aqui mesmo que encontro esse tipo de assunto! Parabéns,esse blog é ótimo. Sou leitor assíduo.
ResponderExcluirSentimos uma enorme satisfação em saber que o blog está agradando! Um abraço.
ExcluirÉ bom mesmo viu, concordo!Esse blog é meu momento de arte, cultura e espiritualidade!
ResponderExcluirE nosso também...
ResponderExcluirEu estava procurando algo e encontrei uma coisa muito melhor... Parabéns!!!
ResponderExcluirGratas pela visita. Volte sempre!!!
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