A arte do século XX
A arte no século XX sofreu fortes transformações. Todos os conceitos pré-estabelecidos foram questionados e reformulados, na maioria das vezes foram modelados como forma de protesto contra sociedade vigente.
Principais correntes artísticas ocorridas na pintura
Expressionismo
Principais correntes artísticas ocorridas na pintura
Expressionismo
O principal pintor expressionista é o norueguês Edvar Munch (1863-1944), autor de quadros intensamente dramáticos, como O grito. Nessa obra, "a figura humana não possui substância, contorce-se e gesticula sob a pressão se suas emoções. As formas sinuosas do céu e da água, e a forte diagonal da ponte, tudo conduz o olhar para a boca que se abre num grito. Embora existam outras pessoas na ponte, há uma atmosfera de aterrador isolamento. O grito mostra que não existe fuga possível do ser, somente a sua dor insuportável. No quadro, não há alívio para o olhar, nenhuma parte do fundo que não seja agitada A ênfase sobre linhas fortes e ritmos vigorosos, a agitação na manipulação da tinta, tudo torna visível a emoção do artista".
O grito (1893), de Munch.
Cubismo
Cubismo
Em 1907, o pintor espanhol Picasso e o Francês Braque desenvolveram as ideias do Cubismo, um movimento artístico que teria enorme influência sobre a arte do século XX. A pintura cubista caracteriza-se pelo abandono da representação de um ângulo do tema, que é substituído pela combinação de numerosos ângulos sobrepostos, frequentemente de forma geométrica.
A obra que marca o início do Cubismo é Les demoiselles d'Avignon, de Picasso. As figuras parecem ser compostas de várias facetas do corpo feminino, porém vistas de ângulos diferentes. As formas distorcidas foram quase inteiramente aplanadas; há pouco espaço atrás ou à frente delas, de modo que são projetadas para diante. A da esquerda tem a postura das antigas egípcias; as duas seguintes lembram a arte ibérica primitiva, enquanto as duas à direita têm traços característicos de máscaras africanas.
Les demoiselles d'Avignon (1907), de Picasso.
No quadro Casas de L'Estaque, de Georges Braque (1889-1963) abandona a perspectiva e constrói formas através de cores, iluminando cada imagem separadamente, em vez de representar uma paisagem onde a luz provém de um único ponto.
No quadro Casas de L'Estaque, de Georges Braque (1889-1963) abandona a perspectiva e constrói formas através de cores, iluminando cada imagem separadamente, em vez de representar uma paisagem onde a luz provém de um único ponto.
Casas de L'Estaque (1908), de Braque.
Em Nu, de Picasso, a figura humana ainda pode ser reconhecida, mas aparece como um sólido geométrico cheio de facetas.
Em Nu, de Picasso, a figura humana ainda pode ser reconhecida, mas aparece como um sólido geométrico cheio de facetas.
Nu (1909), de Picasso.
Em mulher sentada, Picasso utiliza a técnica do perfil duplo ou simultâneo, característica marcante de sua arte.
Em mulher sentada, Picasso utiliza a técnica do perfil duplo ou simultâneo, característica marcante de sua arte.
Mulher sentada (1937), de Picasso.
Guerrnica é uma tela assustadoramente vigorosa sobre o bombardeio de uma pequena cidade espanhola durante a Guerra Civil. Picasso era espanhol e republicano, e esse quadro é um protesto pessoal. A primeira vista, tudo parece caótico, mas a composição está estruturada com muita firmeza. Não existe cor, apenas preto branco e tonalidades de cinza; a confusão e o horror são mostrados pelo modo como as formas estão distorcidas. A mulher com o bebê joga sua cabeça para trás para gritar, mas o touro simbólico e atropelador, com sua língua de bala e orelhas de ponta de faca, está indiferente. Essas partes do touro semelhantes a samas contrastam com as mãos espalmadas da mulher, que segura o bebê e gesticula desesperadamente ao mesmo tempo. O bebê tem uma cabeça inerte e seus pés pequenos e vulneráveis enfatizam a tragédia. O relâmpago da explosão é mostrado com uma lâmpada elétrica iluminando a cena, mesmo de dia, e projetando uma sombra irregular. O patriota no primeiro plano foi derrotado e segura uma espada quebrada. As pessoas caem umas sobre as outras e um cavalo é trazido para a pilha. Um espírito entra em cena da batalha, entre mulheres e crianças - e nada pode fazer. O lampião erguido sobre o caos por um braço estendido é inteiramente incapaz de competir com ele. Alguém corre, mas para o meio da confusão, não para longe dela, e a figura à direita é colhida pelos fragmentos de uma casa que desmorona. Na composição e na atmosfera desse quadro. Picasso captou um terrível momento de horror da guerra. A ação é levada a cada canto da tela e parece ir além dela. As formas dilaceradas, a atmosfera de pânico, os símbolos de desastre conjugam-se para fazer de Guernica uma das poucas pinturas genuinamente públicas, com um significado público e uma linguagem pública, deste século. Nisso, ela contrasta fortemente com o caráter experimental e privado de tantos movimentos que a precederam.
Guernica (1937), de Picasso.
Futurismo
Durante os anos de 1909, desenvolveu-se, na Itália, o Futurismo, que propunha o rompimento com o passado, procurando integrar a arte, naquilo que se considerava o glorioso mundo moderno da velocidade, da violência e da guerra. Seu líder foi o poeta Filippo Marinetti (1876-1944). A palavra-chave desse movimento era "dinamismo", e isso devia ser mostrado na pintura. Na tela Velocidade abstrata - o carro passou, do pintor Giacomo Balla, que assim se manifestou: "Quando o objeto se desloca em velocidade, tudo o mais se movimenta. O carro passa, acelerando, e penetra em tudo o mais; despedaça os átomos de luz e deixa em sua esteira um estremecimento.
Velocidade abstrata - o carro passou (1913), de Balla.
Abstracionismo
Na primeira década do século XX, mais um "ismo" surge na história da arte, o Abstracionismo. O abstracionismo tem relações com o Cubismo e o Futurismo, mas leva mais longe a autonomia do artista. Se o Cubismo fragmenta o objeto em formas geométricas, no fundo, tem a intenção de fazer a imagem inicial surgir de modo mais intenso, dentro de um espaço próprio. A mesmo ocorre com o Futurismo, cujas investigações sobre o movimento procuram imprimir ainda mais vigor ao tema tratado. Por mais difícil que seja identificar os objetos de um quadro cubista ou futurista, eles estão ali, ainda que dificilmente reconhecíveis; constituem o ponto de partida da obra e revelam o caminho trilhado pelo artista antes de atingir a essência daquilo que procura representar. No Abstracionismo, o objeto desaparece completamente. O quadro deixa de figurar, de representar, de uma vez por todas, a realidade exterior. Vale poe si mesmo, independente de qualquer referência externa.
Um dos primeiros e mais influentes pintores abstratos foi o russo Vassili Kandinsky (1866-1944). Veja a tela Com o arco negro.
Com o arco negro (1912), de Kandinsky.
O Surrealismo
Surgido em 1924, é outro importante movimento artístico do começo do século XX. Buscando libertar o artista dos limites da razão, propunha a expressão plena da imaginação e do inconsciente. Foi criado pelo escritor francês André Breton (1896-1966) e, no campo da pintura, teve como seus principais representantes Salvador Dalí, Max Ernst, René Magritte, André Masson, entre outros. O mundo de sonhos e alucinações dos surrealistas é exemplificado em O olho do silêncio e Duas crianças são ameaçadas por um rouxinol, de Max Ernst e em Prenúncio da Guerra Civil, A condição humana e A persistência da memória, de Salvador Dalí.
O olho do silêncio (1943), de Max Ernst.
Duas crianças são ameaçadas por um rouxinol, de Max Ernst.
Prenúncio da Guerra Civil (1936), de Salvador Dalí.
A condição humana, de René Magritte.
A persistência da memória (1931), de Salvador Dalí.
Outro artista importante dessa época foi Lasar Segall. Ele nasceu em 1890, numa comunidade judia de Vilma, pequena cidade da Europa oriental russa. Esteve no Brasil em 1912, fazendo uma exposição, e depois retornou em 1923, para aqui fixar-se definitivamente, naturalizando-se brasileiro. Faleceu em São Paulo, em 1957. Exemplos de sua pintura forte e dramática podem ser vistos em A família enferma e Navio de emigrantes.
A família enferma (19200, de Segall.
Navio de emigrantes (1939), de Segall.
Influenciados pelos movimentos artísticos europeus, mas pesquisando soluções pessoais e buscando inspiração na nossa realidade, os artistas brasileiros beneficiaram-se do clima de liberdade e renovação estética trazido pela Semana de Arte Moderna de 1922. Exemplos das diversas tendências da pintura brasileira moderna podem ser vistos em Tropical, de Anita Malfatti e Samba, de Di Cavalvanti.
Tropical (1916), Anita Malfatti.
Samba (1928), de Di Cavalcanti.
A tela Pietá, de Vicente Rego Monteiro, é uma versão, elaborada talvez em 1966, do trabalho original, realizado em 1924 e que, como outras obras do autor, se perdeu num incêndio.
"Eu quis fazer um quadro que assustasse o Oswald (de Andrade), uma coisa que ele não esperava. Aí é que vamos chegar no Abaporu. O Abaporu era figura monstruosa, a cabecinha, o bracinho fino, aquelas pernas compridas, enormes, e junto tinha um cacto, que dava a impressão de um sol, como se fosse também uma flor. (...) Oswald disse: 'Isto é como se fosse selvagem, uma coisa do mato'. Eu quis dar um nome selvagem também ao quadro e dei Abaporu, palavra que encontrei no dicionário de Montoya, da língua dos índios. Quer dizer 'antropófago'."
Pietá (1966), de Vicente Rego Monteiro.
Abaporu (1928), de Tarsila do Amaral
Na tela O café, de Cândido Portinari, já estão presentes as preocupações sociais que marcaram a obra desse importante pintor brasileiro.
O café (1934), de Cândido Portinari.
As obras Menino morto e o Enterro na rede, de Cândido Portinari, fazem da serie Retirantes, que tem por tema a tragédia dos nordestinos expulsos de suas terras pela seca. Observe os traços expressionistas que o estilo de Portinari possui.
Menino morto (1944), de Portinari.
Enterro na rede (1944), de Portinari
Guerrnica é uma tela assustadoramente vigorosa sobre o bombardeio de uma pequena cidade espanhola durante a Guerra Civil. Picasso era espanhol e republicano, e esse quadro é um protesto pessoal. A primeira vista, tudo parece caótico, mas a composição está estruturada com muita firmeza. Não existe cor, apenas preto branco e tonalidades de cinza; a confusão e o horror são mostrados pelo modo como as formas estão distorcidas. A mulher com o bebê joga sua cabeça para trás para gritar, mas o touro simbólico e atropelador, com sua língua de bala e orelhas de ponta de faca, está indiferente. Essas partes do touro semelhantes a samas contrastam com as mãos espalmadas da mulher, que segura o bebê e gesticula desesperadamente ao mesmo tempo. O bebê tem uma cabeça inerte e seus pés pequenos e vulneráveis enfatizam a tragédia. O relâmpago da explosão é mostrado com uma lâmpada elétrica iluminando a cena, mesmo de dia, e projetando uma sombra irregular. O patriota no primeiro plano foi derrotado e segura uma espada quebrada. As pessoas caem umas sobre as outras e um cavalo é trazido para a pilha. Um espírito entra em cena da batalha, entre mulheres e crianças - e nada pode fazer. O lampião erguido sobre o caos por um braço estendido é inteiramente incapaz de competir com ele. Alguém corre, mas para o meio da confusão, não para longe dela, e a figura à direita é colhida pelos fragmentos de uma casa que desmorona. Na composição e na atmosfera desse quadro. Picasso captou um terrível momento de horror da guerra. A ação é levada a cada canto da tela e parece ir além dela. As formas dilaceradas, a atmosfera de pânico, os símbolos de desastre conjugam-se para fazer de Guernica uma das poucas pinturas genuinamente públicas, com um significado público e uma linguagem pública, deste século. Nisso, ela contrasta fortemente com o caráter experimental e privado de tantos movimentos que a precederam.
Guernica (1937), de Picasso.
Futurismo
Durante os anos de 1909, desenvolveu-se, na Itália, o Futurismo, que propunha o rompimento com o passado, procurando integrar a arte, naquilo que se considerava o glorioso mundo moderno da velocidade, da violência e da guerra. Seu líder foi o poeta Filippo Marinetti (1876-1944). A palavra-chave desse movimento era "dinamismo", e isso devia ser mostrado na pintura. Na tela Velocidade abstrata - o carro passou, do pintor Giacomo Balla, que assim se manifestou: "Quando o objeto se desloca em velocidade, tudo o mais se movimenta. O carro passa, acelerando, e penetra em tudo o mais; despedaça os átomos de luz e deixa em sua esteira um estremecimento.
Velocidade abstrata - o carro passou (1913), de Balla.
Abstracionismo
Na primeira década do século XX, mais um "ismo" surge na história da arte, o Abstracionismo. O abstracionismo tem relações com o Cubismo e o Futurismo, mas leva mais longe a autonomia do artista. Se o Cubismo fragmenta o objeto em formas geométricas, no fundo, tem a intenção de fazer a imagem inicial surgir de modo mais intenso, dentro de um espaço próprio. A mesmo ocorre com o Futurismo, cujas investigações sobre o movimento procuram imprimir ainda mais vigor ao tema tratado. Por mais difícil que seja identificar os objetos de um quadro cubista ou futurista, eles estão ali, ainda que dificilmente reconhecíveis; constituem o ponto de partida da obra e revelam o caminho trilhado pelo artista antes de atingir a essência daquilo que procura representar. No Abstracionismo, o objeto desaparece completamente. O quadro deixa de figurar, de representar, de uma vez por todas, a realidade exterior. Vale poe si mesmo, independente de qualquer referência externa.
Um dos primeiros e mais influentes pintores abstratos foi o russo Vassili Kandinsky (1866-1944). Veja a tela Com o arco negro.
Com o arco negro (1912), de Kandinsky.
O Surrealismo
Surgido em 1924, é outro importante movimento artístico do começo do século XX. Buscando libertar o artista dos limites da razão, propunha a expressão plena da imaginação e do inconsciente. Foi criado pelo escritor francês André Breton (1896-1966) e, no campo da pintura, teve como seus principais representantes Salvador Dalí, Max Ernst, René Magritte, André Masson, entre outros. O mundo de sonhos e alucinações dos surrealistas é exemplificado em O olho do silêncio e Duas crianças são ameaçadas por um rouxinol, de Max Ernst e em Prenúncio da Guerra Civil, A condição humana e A persistência da memória, de Salvador Dalí.
O olho do silêncio (1943), de Max Ernst.
Duas crianças são ameaçadas por um rouxinol, de Max Ernst.
Prenúncio da Guerra Civil (1936), de Salvador Dalí.
A condição humana, de René Magritte.
A persistência da memória (1931), de Salvador Dalí.
Outro artista importante dessa época foi Lasar Segall. Ele nasceu em 1890, numa comunidade judia de Vilma, pequena cidade da Europa oriental russa. Esteve no Brasil em 1912, fazendo uma exposição, e depois retornou em 1923, para aqui fixar-se definitivamente, naturalizando-se brasileiro. Faleceu em São Paulo, em 1957. Exemplos de sua pintura forte e dramática podem ser vistos em A família enferma e Navio de emigrantes.
A família enferma (19200, de Segall.
Navio de emigrantes (1939), de Segall.
Influenciados pelos movimentos artísticos europeus, mas pesquisando soluções pessoais e buscando inspiração na nossa realidade, os artistas brasileiros beneficiaram-se do clima de liberdade e renovação estética trazido pela Semana de Arte Moderna de 1922. Exemplos das diversas tendências da pintura brasileira moderna podem ser vistos em Tropical, de Anita Malfatti e Samba, de Di Cavalvanti.
Tropical (1916), Anita Malfatti.
Samba (1928), de Di Cavalcanti.
A tela Pietá, de Vicente Rego Monteiro, é uma versão, elaborada talvez em 1966, do trabalho original, realizado em 1924 e que, como outras obras do autor, se perdeu num incêndio.
"Eu quis fazer um quadro que assustasse o Oswald (de Andrade), uma coisa que ele não esperava. Aí é que vamos chegar no Abaporu. O Abaporu era figura monstruosa, a cabecinha, o bracinho fino, aquelas pernas compridas, enormes, e junto tinha um cacto, que dava a impressão de um sol, como se fosse também uma flor. (...) Oswald disse: 'Isto é como se fosse selvagem, uma coisa do mato'. Eu quis dar um nome selvagem também ao quadro e dei Abaporu, palavra que encontrei no dicionário de Montoya, da língua dos índios. Quer dizer 'antropófago'."
Pietá (1966), de Vicente Rego Monteiro.
Abaporu (1928), de Tarsila do Amaral
Na tela O café, de Cândido Portinari, já estão presentes as preocupações sociais que marcaram a obra desse importante pintor brasileiro.
O café (1934), de Cândido Portinari.
As obras Menino morto e o Enterro na rede, de Cândido Portinari, fazem da serie Retirantes, que tem por tema a tragédia dos nordestinos expulsos de suas terras pela seca. Observe os traços expressionistas que o estilo de Portinari possui.
Menino morto (1944), de Portinari.
Enterro na rede (1944), de Portinari
recebi hj seu envelope...
ResponderExcluirsou a carina nunes de caratinga/mg