Mas, voltando às panes de memória, se você recebe cumprimento na rua, e não se recorda da pessoa, ou, caso de recorde, torna-se incapaz de pronunciar-lhe o nome. A chegada de outrem é a salvação, se este invoca o nome do amigo comum. Maior angústia surgirá se a pessoa disser: Garanto, você não me está reconhecendo". Isto aconteceu com o pe. Nini. Uma jovem lhe disse exatamente esta frase. O sacerdote retrucou: "Nada, minha filha, sei quem você é". "Pois diga o meu nome", insistiu a moça. O padre não teve recurso, foi saindo e falando: "Deixe de ser perversa...
Às vezes está-se com um amigo. Ao apresentá-lo, não se consegue declinar-lhe o nome. Aquele sufoco! Noutra ocasião é o telefone da pessoa para quem se liga costumeiramente. Não mais vem o número à mente. Pior quando é esquecido o dia do aniversário do casamento. Quase sempre a desculpa não funciona, as amizades se rupturam.
Se quiser atenuar estas falhas, pratique os atos em geral experimentando-lhes a sensação física da execução correspondente. Conscientize-a. Se puser um livro na estante, concentre-se nisto, no pegá-lo, no colocá-lo adequadamente. Olhe-o na posição deixada. Ao sair do carro, pense na chave, segure-a bem, sinta o abaixamento dos pinos e o fechar das portas. Ao deixar a casa, tranque o portão, ouça o ruído. Andando, ponha a planta toda do pé ao tocar o chão. Todo este ritual dá ordem e tranquilidade, facilita reter melhor os atos, equilibra o sistema nervoso.
2. Suplicava a mulher:
- Delegado, pelo amor de Deus solte meu marido!
- Não posso. Ele me afrontou. Quis comprar-me!
- Não ligue, não, homem. Quando ele se embebeda, a mania é comprar coisa ruim.
Publicado em 31 de agosto de 1985
Jornal O POVO
Itamar Espíndola
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