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sábado, 26 de fevereiro de 2011

Vinhetas



         1. A NOVA GERAÇÃO. No meu tempo de jovem, respeitávamos os idosos, tratando-os de “senhor” e dando-lhes o máximo apreço. Quando o conferencista chegava, a juventude levantava-se e o saudava.
         Agora, as coisas mudaram.  Fui convidado para uma gincana em afamado colégio de Fortaleza. Deveria falar sobre um dos meus livros e o estilo usado ao escrever.

         A garota encarregada veio buscar-me de carro. Ao chegar ao colégio, entregou-me a um colega, nesta linguagem errada e indelicada: “Leve ele...” Em certo local, o moço apontou para suja arquibancada de cimento, dizendo-me, sem cortesia: “Senta aí...” E se mandou. Descobri umas carteiras de aula, em outro plano. Sentei-me em uma delas, olhando a desorganização. Empós, chamaram-me para falar aos estudantes. Felizmente, fui ouvido em relativo silêncio (é difícil o total), porque busquei tema de humor, o dos prenomes estrambólicos.

          Os valores para a maioria da juventude da época moram somente no jogador de futebol, no artista de novela e no cantor da classe, sobretudo, os gays. Porque o despreparo dela consegue entendê-los facilmente. Se o visitante tivesse sido um desses heróis, haveria “babação” na entrada, na permanência e na saída. Beijado mesmo.

         Quando os atuais jovens alcançarem a minha idade, não mais serão ouvidos. A vaia talvez seja a recepção menor, vingando os mais velhos de hoje.      
                       
                   Publicado em: 17 de setembro de 1983
                   Jornal O POVO  
                                                              Itamar Espíndola                                                             
                                                                              

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

MÃOS


Há mãos que sustentam e mãos que abalam.
Mãos que limitam e mãos que ampliam.
Há mãos que apontam e guiam e mãos que desviam.
Mãos que são temidas e mãos que são desejadas e queridas.
Mãos que dão com arrogância e mãos que se escondem ao dar.
Mãos que pesam e mãos que aliviam.
Mãos que operam e que curam e mãos que "amarguram".

Há mãos que apertam por amizade e mãos que empurram por ódio.
Mãos finas que provocam dor e mãos rudes que espalham amor.
Onde está a diferença?
Não está nas mãos, mas no coração.
É na mente transformada que dirige a mão santificada, delicada.
É a mente agradecida que transforma as mãos em instrumento de graça.

Mãos que se levantam para abençoar,
Mãos que baixam para levantar o caído,
Mãos que se estendem para amparar o cansado.

São como as mãos de Deus que criam, que guiam, 
Que salvam, que nunca faltam.
Existem mãos, e mãos
As tuas quais são?

(Autor Desconhecido)

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O Classificado através da História


SÍTIO - Vendo. Barbada. Ótima localização. Água à vontade. Árvores frutíferas. Caça abundante. Um  paraíso. Antigos ocupantes despejados por questões morais. Ideal para casal de mais idade.
Negócio de Pai para filhos. Tratar com Deus.

CRUZEIRO - Procuram-se casais para um cruzeiro de 40 dias e 40 noites. Ótima oportunidade para 
fazer novas amizades, compartilhar alegre vida de bordo e preservar a espécie. Trazer guarda-chuva.
Tratar com Noé.

ELEFANTES - Vendo. Para circo ou zoológico. Usado mas em bom estado. Já domados e com 
baixa do exército. Tratar com Aníbal.

CAVALO - Troco por um reino. Tratar com Ricardo III.

CISNE - Troco por qualquer outro animal de porte, mais moço. Deve ser macho. Tratar com Leda.

LEÃO  - Oferece-se para shows, aniversários, quermesses, etc. Fotogênico, boa experiência em 
cinema. Tem referências da MGM, para a qual trabalhou até a aposentadoria compulsória.

ÓRGÃO - Compro qualquer um. À vista. Também a audição, o sistema linfático, etc. Tratar com 
Dr. frankestein, no Castelo.

CABEÇAS - Compro para coleção. Tenho as de João Batista, Maria Antonieta e todo o bando
de Lampião.

COZINHEIRA - Procuro. Para família de fino trato. Deve ter experiências em banquetes e uma
boa mão para venenos. Se falhar, pode dormir no emprego, para sempre. Tratar com Lucrécia Borgia.

TORRO TUDO - E toco cítara. Tratar com Nero.

BARBADA - Vendo ótima residência por preço de ocasião. Motivo força maior. 117 qtos., 80 
bamhs., amplos salões, lustres, tapetes, deps. compls. p/ 200 empreg., 50 vagas na estribaria. 
Centro de terrreno ajardinado. Tratar. Tratar com Luís XVI, em Versalhes, antes que seja tarde.

TELEFONE - Pouco usado. Prefixo 1. Tratar com A.G. Bell.

CASAMENTO - Homem só, boa aparência, situação estável. Procura moça para ser companheira
pelo resto da vida dela. Procurar Barba Azul.

CORRESPONDÊNCIA - Quero me corresponder com qualquer pessoa em qualquer lugar.
Escrever para Robinsom Crusoé com urgência

ASSISTENTE DE PINTOR - Deve ter prática em pintar de costas. Preciso de assistente porque
estou momentaneamente impossibilitado de trabalhar. Caiu pingo no meu olho. Procurar
Michelangelo, na Capela Sistina. 

ENGENHEIRO - Precisa-se, urgente, para substituir elemento demitido motivo embriaguês.
Tratar prefeitura de Pisa, Itália.

TRIPULANTES - Preciso  para excursão marítima. Jogo tudo nesta empreitada. Tentaremos
provar que se pode chegar à Índia viajando para o Oeste. Se conseguirmos, seremos famosos.
Se não, a história nos esquecerá. Tratar com Cristovão Colombo.

                     Luís Fernando Verissimo
                     Livro - Comédias para se Ler na Escola

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

FÉRIAS

Onde passar as férias?                                                    
Na Sibéria?
É muito distante,
Maçante,
E não é sadio,
É muito frio!

Acampar no mato?
Dá muita mão de obra,
Tem carrapicho, carrapato,
E eu tenho medo de cobra.

Cidade praiana?
Seria bacana,
Conhecer uma sereia,
O que atrapalha é a areia.

Escalar montanha?
É uma façanha!
Não é frescura,
Mas tenho fobia de altura!
Uma loucura!

Excursão?
Uma atração!
Eu não quero ser enjoado, 
Mas é muito programado,
Cheio de cuidados!

Pantanal?
Admito,
Que é muito bonito
Mas tem um agravante:
Tem muito animal
Rastejante.

Explorar caverna?
É muito escuro,
Tem que levar lanterna,
Pode crer!
Mas é seguro!
Pode se perder!

Pescaria?
Até que poderia,
Mas eu tenho nojo de minhoca,
E alergia
De muriçoca!

Pesca submarina?
Fica pra outra ocasião!
Não nado nem em piscina,
Não tenho calção
Nem arpão!

Fazenda?
Não se ofenda,
Mas tem muito mosquito
Por causa dos destritos
Do gado
Que fica envernado.

Mas que nada!
Afinal não vai ser difícil
Encontrar um lugar propício!
Pois qualquer coisa me agrada!
                      
                                         Helcio Fantano


domingo, 20 de fevereiro de 2011

CITAÇÕES MARAVILHOSAS


O mais sábio é aquele que busca a Deus. O mais bem-sucedido é aquele que o encontrou.
                                                                               Yogananda
Reze como se tudo dependesse de Deus. Trabalhe como se tudo dependesse de você.
                                                                               Anônimo
Somente Deus encontra-se em posição de olhar os outros de cima.
                                                                               Livro P.S. EU TE AMO
Sua religião é aquilo que você faz quando o sermão acabou.
                                                                               Livro P.S. EU TE AMO
Deus sem você é Deus e você sem Deus?
                                                                               Anônimo
O amigo é um irmão que a gente escolhe.
                                                                               Anônimo
Tenha mais do que você aparenta. 
                                                                                Livro P.S. EU TE AMO
Honestidade é aquilo que fazemos quando mais ninguém está olhando. 
                                                                               Livro P.S. EU TE AMO
O sábio não conhece o dúvidas; o bom não conhece mágoas; o valente não conhece o medo.
                                                                               Sabedoria Chineza
Bem feito é melhor do que bem dito.
                                                                               Benjamim Frankilim
Aquilo que estudo, esqueço; aquilo que vejo, lembro; aquilo que pratico, realizo.
                                                                               Einstein
SELEÇÃO DE ARNÓBIO ALBUQUERQUE

Música!!!


Outra de minhas músicas favoritas, 

Slow me down, de Emmy Rossum.



Tradução: 

Fugindo e correndo e correndo em círculos
Me movendo tão rápido que esqueci o meu propósito
A neblina do tráfico está me fazendo girar, me mandando
Para algum lugar

Minha mente e meu coração estão colidindo caoticamente
É o truque do mundo, eu apenas gostaria de poder pará-lo
Tento aparentar que eu tenho o controle
Estou me despedaçando

Me salve
Alguém pegue na minha mão e me guie
Me desacelere
Não deixe o amor passar por mim
Apenas me mostre como
Porque estou pronta para me apaixonar

Me desacelere
Não me deixe viver uma mentira
Antes que minha vida voe por mim
Eu preciso que você me desacelere

Às vezes eu temo que eu deva desaparecer
Na neblina da aceleração eu duvido novamente
Esquecendo de respirar
Eu preciso dormir
Não estou chegando a lugar algum

Tudo o que eu perdi eu revisto em reflexão
Passou por mim enquanto eu não prestava atenção
Estou cansada de fugir, correr e correr em círculos
Estou me despedaçando

Me conte
Oh você não pegaria minha mão e me guiaria?
Me desacelere
Não deixe o amor passar por mim
Apenas me mostre como
Porque estou pronta para me apaixonar

Me desacelere
Não me deixe viver uma mentira
Antes que minha vida voe por mim
Eu preciso que você me desacelere

Apenas me mostre
Eu preciso que você me desacelere
Me desacelere
Me desacelere

O barulho do mundo está me pegando de jeito
Caçando o relógio e eu gostaria de poder pará-lo
Apenas preciso respirar
Alguém por favor
Me desacelere


   Bárbara Oliveira

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Vinhetas


              1. O MENSAGEIRO. Quando o comprei há vinte anos, por doze cruzeiros, estava com os sinais da ancianidade, um quarto de século. Não lhe conheço a marca, pois o tempo lhe destruiu o nome. Mesmo velho, não parou ainda, salvo uma vez, por culpa de minha mão pesada, deixando de usar a leveza necessária à idade do objeto. Ficou tombado no chão, três anos, tomando poeira e visitado pelos insetos. Depois, levei-o ao “médico”. Ali recebeu transplante de corda e retornou ao trabalho, nas batidas agradáveis, na cadência dos segundos contínuos, assinalando também as datas. Não me aborrece o seu tic-tac. O ruído só gera irritação no espírito quando a gente vai contra ele. Aceitando-o, porém, ouvindo-o, ele perde a força agressiva, tal como sucede quando se abraça o sofrimento. Obtém-se convivência suave, consegue-se harmonia.                 
             Olho-o diariamente no rosto, indicando a passagem veloz e irreversível do tempo, lembrando-me os compromissos. Vez por outra me estimula com mensagem desta espécie: “Vá em frente, ajudando a comunidade, os irmãos carentes, dando-lhes amizade, afeto e compreensão. As boas obras conseguem crédito junto a Deus.”                                                                           
             Ontem, ele me falou mais alto, mais bonito. Porque me inspirou a transmitir o lindo recado de Madre Teresa de Calcutá: “A pior doença de hoje não é a lepra ou a tuberculose, mas o sentimento de ser indesejado abandonado e esquecido de todos. A grande desgraça é a falta de amor e caridade, a terrível indiferença para com o próximo vivendo à margem da estrada, assaltado pela exploração, pela corrupção, pela pobreza, pela doença.”                                                                                                                                                                                                         
              2. QUEM escreveu este livro pra você? Perguntou uma dama da sociedade.
              - E quem o leu pra você? Indagou a escritora.
       
                          Publicado em: 03 de setembro de 1983
                          Jornal O POVO
                                                                Itamar Espíndola

O CAMINHO DA VIDA

O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos.

A cobiça envenenou a alma dos homens, levantou no mundo as muralhas dos ódios e tem nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e morticínios.

Criamos  a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria.

Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.

Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.

O último discurso, do filme O Grande Ditador,  Charles Chaplin.
                                                                                                                           

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Olá visitantes!

            Nos próximos sábados iremos publicar alguns fragmentos de textos de Itamar Espíndola. Para quem não o conhece, foi um grande advogado, escritor e colunista do caderno Fame do Jornal O Povo. Suas colunas tinham como título Vinhetas. Escrevia sobre assuntos diversos e tinha uma grande marca: era quêfobo. Se não souber o que isto significa, defino: quem tem medo ou aversão a água é hidrófobo,  ojeriza a aranhas é intitulado por aracnofobia, quem tem ablutofobia  tem pavor a tomar banho. E quem tem fobia a utilização da palavra "que" é quêfobo. A quefobia , segundo Itamar, deve-se ao "que" enfear um texto. Os grandes escritores têm técnicas acerca da estrutura, da forma como o texto aparenta.
             Esperamos que gostem.
                        

MENSAGEM AOS JOVENS

Se você precisar de descanso, / Não descanse mais que o necessário, / Porque ferro parado enferruja. / Água estagnada apodrece... / E, além disso, talvez mais tarde falte tempo / Pra terminar a tarefa da existência, / E é trágico demais morrer inacabado. / / Se você for alegre e feliz, não ria alto demais, / Para que sua gargalhada / Não vá tornar mais doloroso / O gemido de alguém, na casa ao lado. / / Se, nas dores, você soluçar, / Faça-o baixinho, bem no fundo, bem lá dentro, / Para não apagar algum sorriso / No semblante de alguém, no andar de cima. / / Se você escorregar na estrada da existência / E até mesmo cair mais de uma vez, / / Não fique deitado no solo clamando o destino. / / Porque lhe falta ainda muito chão, / Muito caminho para andar / E, além disso, você só vai atrapalhar / A passagem dos outros, / Que podem tropeçar no seu corpo caído. / Se é triste cair, muito mais triste ainda / É arrastarmos alguém na nossa queda. / / Se algum dia, talvez, você perder a linha / E der vazão ao grito, à cólera, à revolta, / Com ganas de quebrar o mundo a seu redor, / Não arrebente tudo, amigo, por favor, / Porque atrás de você vem muita gente ainda, / Que deseja encontrar o mundo inteiro e belo. / / Se você encontrar uma semente ou muda / Do raro arbusto da felicidade, / Não vá plantá-lo em seu quintal todo cercado, / Mas sim ao lado de um caminho freqüentado, /  Para que muitos  possam descansar à sua sombra / E comer os seus frutos, / Sem pagar! / / Mas se encontrar apenas o caminho / Que leva a essa árvore bendita, / Com um braço estendido, assim... como uma flecha, / Apontando e dizendo: / "Felicidade?...É por aqui! / / Não se incomode se ficar por último, / Porque todo o que passar na sua frente, / Vai dizer "Obrigado" e dar-lhe um bom sorriso... / / E quando, enfim, você chegar depois de todos, / Condecorado, iluminado de sorrisos recebidos, / Verá que os outros estarão à sua espera / Para que você entre primeiro.

                                                                                                  Heber Salvador


quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Robison Crusoé

Eu quis construir um barco salvador 
que me libertasse do isolamento da minha 
ilha deserta,
da minha ilha árida, cercada de águas
violentas.
Aos poucos fiz crescer sobre a areia virgem
o casco possante,
a proa alta orgulhosa como ave migradoura.

Dei-lhe, remos que furassem o ventre das
ondas,
dei-lhe velas,
as grandes velas brancas que o fizeram 
deslizar...
Oh! O desejo de abandonar para sempre a 
solidão impenetrável
e fugia livremente nas águas longas e azuis!

Só depois, de ter gasto o meu esforço
foi que vi que meu barco era enorme,
pesado,
e que nunca conseguiria arrastá-lo até o mar!
                                                                                                         
Afonso Arinos   

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Não é o dinheiro, estúpido

Não paute sua vida pelo dinheiro: seja fascinado pelo realizar e o dinheiro virá como consequência


SOU, COM FREQUÊNCIA, chamado a fazer palestras para turmas de formandos. Orgulha-me poder orientar jovens em seus primeiros passos profissionais. 
Há uma palestra que alguns podem conhecer já pela web, mas queria compartilhar seus fundamentos com os leitores da coluna. 

Sempre digo que a atitude quente é muito mais importante do que o conhecimento frio. 

Acumular conhecimento é nobre e necessário, mas sem atitude, sem personalidade, você, no fundo, não será muito diferente daquele personagem de Charles Chaplin apertando parafusos numa planta industrial do século passado. 

É preciso, antes de tudo, se envolver com o trabalho, amar o seu ofício com todo o coração. 

Não paute sua vida nem sua carreira pelo dinheiro. Seja fascinado pelo realizar, que o dinheiro virá como consequência. 

Quem pensa só em dinheiro não consegue sequer ser um grande bandido ou um grande canalha. Napoleão não conquistou a Europa por dinheiro. Michelangelo não passou 16 anos pintando a Capela Sistina por dinheiro.

E, geralmente, os que só pensam nele não o ganham. Porque são incapazes de sonhar. Tudo o que fica pronto na vida foi antes construído na alma. 

A propósito, lembro-me de um diálogo extraordinário entre uma freira americana cuidando de leprosos no Pacífico e um milionário texano. O milionário, vendo-a tratar dos leprosos, diz: "Freira, eu não faria isso por dinheiro nenhum no mundo". E ela responde: "Eu também não, meu filho". 

Não estou fazendo com isso nenhuma apologia à pobreza, muito pelo contrário. Digo apenas que pensar e realizar têm trazido mais fortuna do que pensar em fortuna.
Meu segundo conselho: pense no seu país. Porque, principalmente hoje, pensar em todos é a melhor maneira de pensar em si. 

Era muito difícil viver numa nação onde a maioria morria de fome e a minoria morria de medo. Hoje o país oferece oportunidades a todos. 

A estabilidade econômica e a democracia mostraram o óbvio: que ricos e pobres vão enriquecer juntos no Brasil. A inclusão é nosso único caminho. Meu terceiro conselho vem diretamente da Bíblia: seja quente ou seja frio, não seja morno que eu vomito. É exatamente isso que está escrito na carta de Laodiceia.

É preferível o erro à omissão; o fracasso ao tédio; o escândalo ao vazio. Porque já li livros e vi filmes sobre a tristeza, a tragédia, o fracasso. Mas ninguém narra o ócio, a acomodação, o não fazer, o remanso (ou narra e fica muito chato!).

Colabore com seu biógrafo: faça, erre, tente, falhe, lute. Mas, por favor, não jogue fora, se acomodando, a extraordinária oportunidade de ter vivido.
Tenho consciência de que cada homem foi feito para fazer história.

Que todo homem é um milagre e traz em si uma evolução. Que é mais do que sexo ou dinheiro. Você foi criado para construir pirâmides e versos, descobrir continentes e mundos, caminhando sempre com um saco de interrogações numa mão e uma caixa de possibilidades na outra. Não dê férias para os seus pés. 

Não se sente e passe a ser analista da vida alheia, espectador do mundo, comentarista do cotidiano, dessas pessoas que vivem a dizer: "Eu não disse? Eu sabia!". 

Toda família tem um tio batalhador e bem de vida que, durante o almoço de domingo, tem de aguentar aquele outro tio muito inteligente e fracassado contar tudo o que faria, apenas se fizesse alguma coisa. 

Chega dos poetas não publicados, de empresários de mesa de bar, de pessoas que fazem coisas fantásticas toda sexta à noite, todo sábado e todo domingo, mas que na segunda-feira não sabem concretizar o que falam. Porque não sabem ansiar, não sabem perder a pose, não sabem recomeçar. Porque não sabem trabalhar. 

Só o trabalho lhe leva a conhecer pessoas e mundos que os acomodados não conhecerão. E isso se chama "sucesso". 

Seja sempre você mesmo, mas não seja sempre o mesmo. 

Tão importante quanto inventar-se é reinventar-se. Eu era gordo, fiquei magro. Era criativo, virei empreendedor. Era baiano, virei também carioca, paulista, nova-iorquino, global.

Mas o mundo só vai querer ouvir você se você falar alguma coisa para ele. O que você tem a dizer para o mundo? 

                                                                                                                               NIZAN GUANAES, publicitário e presidente do Grupo ABC, escreve às terças, a cada 15 dias, na Folha de São Paulo.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/me0802201121.htm


domingo, 6 de fevereiro de 2011

MARCAS DE BATOM NO BANHEIRO

Leia um texto que recebi por e-mail. Interessantíssimo!
(muito boa para amigos e professores)
Numa escola pública estava ocorrendo uma situação inusitada: meninas de 12 anos que usavam batom, todos os dias beijavam o espelho para remover o excesso de batom.
O diretor andava bastante aborrecido, porque o zelador tinha um trabalho enorme para limpar o espelho ao final do dia. Mas, como sempre, na tarde seguinte, lá estavam as mesmas marcas de batom…
Um dia o diretor juntou o bando de meninas no banheiro e explicou pacientemente que era muito complicado limpar o espelho com todas aquelas marcas que elas faziam. Fez uma palestra de uma hora.
No dia seguinte as marcas de batom no banheiro reapareceram…
No outro dia, o diretor juntou o bando de meninas e o zelador no banheiro, e pediu ao zelador para demonstrar a dificuldade do trabalho. O zelador imediatamente pegou um pano, molhou no vaso sanitário e passou no espelho.
Nunca mais apareceram marcas no espelho! Moral da história: Há professores e há educadores… Comunicar é sempre um desafio! Às vezes, precisamos usar métodos diferentes para alcançar certos resultados.
Por quê?• Porque a bondade que nunca repreende não é bondade: é passividade.
• Porque a paciência que nunca se esgota não é paciência: é subserviência.
• Porque a serenidade que nunca se desmancha não é serenidade: é indiferença.
• Porque a tolerância que nunca replica não é tolerância: é imbecilidade.
“O saber a gente aprende com os mestres e os livros. A sabedoria se aprende é com a vida e com os humildes”
(autor desconhecido)