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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O homem, o meio e a cultura

José  Lourenço - Lampião e Maria Bonita. - Xilogravura.
Galeria Brasiliana.


Lívio Abramo (1903-1992). Festa, 1955. Xilogravura, 25,5 x 21,3 cm.
Acervo Banco Itaú S.A.

As obras acima foram feitas por meio de uma das técnicas mais antigas de reprodução de imagens: a xilogravura ("gravura em madeira" - xilo é a palavra grega para madeira). De um pedaço de madeira, a parte da imagem que deverá ficar em branco é retirada com alguma ferramenta cortante. Passa-se tinta sobre a madeira com um rolo, e pressiona-se um papel sobre a ela; a imagem é impressa; a superfície mais alta fica gravada na cor utilizada. Podem-se realizar diversas cópias da mesma imagem com este processo, por isso ele é considerado uma técnica de reprodução.

Originária da China, a xilogravura era inicialmente usada para estampar tecidos, e passou a ser usada sobre o papel quando este foi inventado, também na China, por volta do ano 105 d.C. Somente muitos séculos mais tarde é que tanto o papel quanto a xilogravura chegaram ao Ocidente.

Quando a xilogravura chegou à Europa, era utilizada também na reprodução de textos. Cada página de livro era gravada numa prancha de madeira, letra por letra. E tinha de ser escritas ao contrário! Afinal, quando se coloca o papel sobre a madeira, a impressão sai invertida. Era muito trabalho para se fazer um único livro, mas ainda assim era mais fácil do que escrevê-lo um a um.

Com a invenção da imprensa, no século XV, o processo ficou muito mais simples: as letras em madeira ou metal foram separadas, depois eram retiradas formando o texto, que era então impresso. Para a xilogravura, ficou a função de reprodução das imagens, junto a uma outra técnica: a gravura em metal. Esta técnica consiste em gravar a imagem em uma placa de metal, geralmente de cobre, e transferi-la para o papel com o uso de uma prensa. No final do século  XVIII, foi criada também uma técnica chamada de litografia, que é o desenho em pedra (lito, em grego), em que o resultado da impressão se assemelha muito mais a um desenho.

Até o surgimento da xilogravura, no século XIX, era assim que as imagens eram divulgadas. Neste mesmo  século, a imprensa também se aperfeiçoou e a divulgação da informação e das imagens de tornou cada vez mais rápida e eficiente.

A xilogravura  se popularizou no Brasil por meio da literatura de cordel, (uma manifestação artística da nossa cultura popular). É utilizada para fazer as ilustrações das histórias.
Quando a gravura  deixou de ser utilizada para a reprodução de imagem junto à imprensa, ela encontrou outro destino. O mais comum seria que ela fosse esquecida e se tornasse coisa do passado. Mas os artistas perceberam na gravura um instrumento de manifestação artística com características muito particulares. Ela já havia sido usada por artistas anteriormente, mas foram poucos os que a utilizaram para fazer o que se chama de "gravura original", ou seja, a gravura que é feita como obra de arte, e não como reprodução de uma obra feita com outra técnica. Quando deixou de ser usada somente como meio de reprodução de outras imagens é que a xilogravura encontrou seu verdadeiro espaço como arte. Suas características expressivas fizeram e ainda fazem com que muitos artistas escolham a xilogravura como um meio de manifestação artística. 

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